Clonagem de cartões e compras em anúncios falsos na internet estão entre as ocorrências mais frequentes

Você conhece alguém que já foi vítima de fraudes ou golpes financeiros? A questão tem despertado uma preocupação crescente entre os brasileiros e demonstra, cada vez mais, a importância da adoção de medidas de prevenção. Afinal, todo cuidado é pouco e nem sempre é possível reaver a quantia subtraída.

Uma pesquisa promovida pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) mostrou que cerca de 7,2 milhões de consumidores residentes nas capitais brasileiras sofreram pelo menos uma das fraudes que foram investigadas no período do levantamento, realizado entre setembro de 2022 e agosto de 2023. O número corresponde a 20,4% dos entrevistados.

As principais situações ocorridas, de acordo com o estudo, foram clonagem do cartão de crédito e/ou débito (6,5%), compra de produtos em anúncios falsos postados em redes sociais clonadas de amigos e/ou conhecidos (3,8%), transações financeiras na conta bancária sem autorização (3,1%), emissão de cartões de crédito (3,1%) e empréstimo no nome sem autorização (2,6%).

Ainda segundo a pesquisa, os valores perdidos com os golpes foram recuperados por 61% dos entrevistados, sendo que 34% obtiveram o valor total e 18% receberam também uma compensação por dano moral, além da quantia integral que havia sido perdida. No entanto, 34% não recuperaram o dinheiro.

O Pix aparece como um dos principais meios utilizados para o cometimento de crimes. Mais de 1,25 milhão de pessoas sofreu algum tipo de fraude relacionado ao método de pagamento, sendo que a maior parte foi enganada por alguém se passando por um contato conhecido.

De fácil utilização, a ferramenta chama a atenção pela realização praticamente instantânea de transferências de valores. Lançado em novembro de 2020 pelo Banco Central do Brasil (BCB), ela viabiliza pagamentos em qualquer dia da semana, incluindo feriados, de forma gratuita. Contudo, essa facilidade não é usada apenas de forma benéfica, como revelam os dados.

Devolução

Em 2021, uma esperança surgiu para essas vítimas com a criação do Mecanismo Especial de Devolução (MED) pelo BCB. Trata-se de uma ferramenta de devolução exclusiva para o Pix, que tem o intuito de facilitar a restituição das transferências oriundas de fraudes, possibilitando à vítima reaver os recursos, caso ainda haja saldo na conta corrente do golpista.

Para acionar o MED, o correntista deve buscar a instituição financeira com a qual tem relacionamento para alertar sobre a ocorrência e solicitar o reembolso. Com isso, os recursos são bloqueados na conta recebedora para impedir sua transferência durante a apuração. Depois da análise, que deve ser feita em até sete dias úteis após a denúncia, a vítima poderá receber os recursos, de forma integral ou parcial, se o crime for confirmado. A restituição, no entanto, depende da quantia disponível na conta recebedora. Por isso, é fundamental que o alerta seja feito o mais rápido possível para aumentar as chances de encontrar recursos para o ressarcimento.

Para diminuir ainda mais os prejuízos, ampliando as chances de recuperação do dinheiro, o Banco Central está desenvolvendo o MED 2.0, que prevê o bloqueio dos recursos em todas as camadas de triangulação, ou seja, em todas as contas do recebedor, além daquela que receber a transferência de forma imediata. A previsão é que o mecanismo entre em operação em 2026.

Prevenção

Como diz o ditado, ‘prevenir é melhor que remediar’. Quando o assunto é dinheiro, não é diferente. A informação ainda é a melhor forma de se proteger contra criminosos. É o que destaca a campanha de conscientização promovida nacionalmente pelo Sicoob, chamada ‘Quem Avisa Amigo É’. Nela, a instituição alerta sobre algumas das principais formas de golpe existentes no mercado, tanto contra pessoas físicas quanto jurídicas. Confira abaixo algumas dicas:

Falsa Central de Atendimento:

Se você recebeu uma mensagem pedindo para que você entre em contato com a central de atendimento, abra o olho. O telefone informado pode ser falso. Então, sempre utilize os contatos disponíveis nos canais oficiais.

Para falar com a Central de Relacionamento com o Associado do Sicoob Engecred, por exemplo, você deve usar o número 0800 943 3299 (WhatsApp e ligações de telefone fixo) ou  4000-2106 (ligações de fixo e celular).

WhatsApp:

Se você desconfiar da mensagem que recebeu, é melhor bloquear. Para proteger seus números, acesse as configurações ou ajustes do WhatsApp, clique em conta e em confirmação/verificação em duas etapas. Por último, informe seu e-mail e cadastre um PIN de 6 dígitos.

Roubo de celular:

Todo cuidado é pouco. Nunca utilize senhas óbvias, como aniversário, no seu celular. Outra dica é não salvar senhas no próprio aparelho para evitar que outras pessoas também acessem facilmente seus dados. Caso tenha o celular roubado ou perdido, entre em contato com a instituição financeira imediatamente por meio dos canais oficiais.

Engenharia social:

Antes de clicar em um link desconhecido, pense bem. Pessoas mal-intencionadas podem utilizar o golpe do link falso para roubar informações, como números de cartões de crédito entre outros dados confidenciais.

Renegociação de dívidas:

Se você receber uma proposta de renegociação de dívida via SMS, tenha cuidado com os golpes para a situação não piorar. Antes de pagar o boleto, certifique-se de que é um documento legítimo, confirmando a validade do acordo pelos canais oficiais.

Falso contato:

Caso receba uma ligação solicitando dados sensíveis, informações pessoais, troca de senhas e atualização com instalações de segurança, desconfie. A orientação é não passar essas informações para ninguém.

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