Enquanto instituições financeiras, uma cooperativa de crédito e um banco têm produtos e serviços muito similares, como linhas de crédito e conta corrente. Ambas são subordinadas às diretrizes do Conselho Monetário Nacional, e fiscalizadas e autorizadas a funcionar pelo Banco Central, mas há diferenças entre elas que podem te fazer mudar definitivamente para economia compartilhada. E você precisa saber por quê.

Se olharmos mais a fundo para a natureza e forma de operação, vamos perceber que cooperativa de crédito e banco são bastante diferentes. Não importa se você é um profissional liberal precisando de orientação financeira ou um empreendedor às voltas com a gestão do capital de giro, você pode estar pagando taxas de serviços mais caras e até tendo prejuízos por contar apenas com os bancos tradicionais, desconhecendo como funciona o cooperativismo.

E se for um investidor? As taxas de remuneração de capital também são muito mais atrativas nas cooperativas. Sendo assim,preparamos esse post não só para acabar com as suas dúvidas sobre as diferenças entre cooperativa de crédito e banco, mas também para você entender por que é melhor ser cooperado do que ser cliente de banco.

O conceito de uma cooperativa está na ideia de que uma sociedade de pessoas partilhando recursos, conhecimento, competências e até custos e riscos permite que sejam exploradas novas oportunidades e aquisições que, até então, só eram disponíveis para os grandes players do mercado.

Um exemplo: para comprar mais barato de um fornecedor é preciso fazê-lo em grandes lotes de produtos. Da mesma forma ter acesso a crédito pode ser complicado para uma pessoa física ou jurídica que não consegue atender a todos os interesses dos bancos comerciais. 

Mas você já ouviu a frase “juntos somos mais fortes”? No cooperativismo financeiro, ela é levada muito a sério. Quando um grupo de empreendedores se reúne para criar um patrimônio e um capital conjunto, sempre em busca do alcance dos interesses comuns dos cooperados, tudo fica mais fácil — inclusive a aquisição de crédito a juros baixos.

Afinal, o que são cooperativas de crédito?

As cooperativas de crédito foram reconhecidas pelo Governo Federal e Congresso Nacional com a aprovação da Lei Complementar nº 130/09, que trata especificamente do cooperativismo de crédito. Também são necessariamente tributadas pelo regime Lucro Real, nos termos do inciso II do artigo 14 da Lei Federal nº 9.718/98.

Podemos defini-las como uma associação de pessoas que se unem para proporcionar benefícios financeiros mútuos. Elas ingressam voluntariamente na instituição e começam a fazer suas movimentações financeiras por meio da cooperativa, e não somente pelos bancos tradicionais.

Os cooperados passam a ser os donos da cooperativa, juntamente com centenas ou milhares de outras pessoas. Cada cooperado tem direitos e obrigações iguais, garantia à participação na gestão e nos rumos da cooperativa, além de benefício pleno na divisão dos rendimentos que venham da sociedade. Para ingressar como cooperado (e dono), o capital social exigido é baixo (aproximadamente R$ 50) e pode ser resgatado se o sócio decidir sair da cooperativa.

Nas cooperativas de crédito todos são cooperados, não existindo pessoas que sejam apenas clientes. Esta é uma exigência legal para a operação da instituição. Enquanto cooperados, é esperado que todos participem ativamente das decisões da cooperativa, que ocorrem nas assembleias. Essas reuniões são realizadas anualmente, obrigatoriamente até o final do mês de abril, e nelas são discutidos e votados:

  1. Prestação de contas do ano anterior;
  2. Forma de destinação das sobras ou do rateio das perdas;
  3. Eleição dos sócios que farão parte do Conselho de Administração e do Conselho Fiscal;
  4. Definição do valor dos honorários a serem pagos aos conselheiros;
  5. Discussões sobre o estatuto social e regimentos internos.

Taxas acessíveis

As cooperativas não têm fins lucrativos, o que explica porque suas taxas de serviços são mais acessíveis e competitivas do que os bancos tradicionais. Além disto, todos os anos, após apuradas as sobras do exercício, as cooperativas, juntamente com seus sócios, decidem a destinação a ser dada para esses recursos.

Costumeiramente, a maior parte destas sobras é devolvida aos cooperados, na proporção da movimentação que cada um realizou, valorizando os que são mais fidelizados e que realizam suas operações com a cooperativa.

Além disso, ao fazer parte de uma cooperativa é possível vivenciar na prática a inter-relação nada ocasional entre os princípios do cooperativismo e os valores humanos. Baseados no estatuto da cooperativa de consumo de Rochdale (1844), estes princípios já foram editados nos anos de 1937, 1966 e 1995 em congressos coordenados pela Aliança Cooperativa Internacional para que se mantivessem aderentes à dinâmica social do momento.

As instituições financeiras cooperativas funcionam baseadas nesses fundamentos de um modelo socioeconômico alternativo, que visa os benefícios conjuntos em detrimento do ganho individual.

Se você ainda não ouviu falar sobre os princípios do cooperativismo, é hora de conhecer:

Com essa abordagem conceitual já deu para perceber a diferença entre cooperativa e banco, não é mesmo? Mas é possível mergulhar ainda mais fundo nas comparações.

Existem muitas distinções entre cooperativa de crédito e banco, mas a principal delas é que a liberação de crédito, no caso das cooperativas, deve ser feita exclusivamente aos cooperados. Os bancos, por sua vez, operam com o público em geral.

Outra diferença é que os bancos captam clientes, os quais não fazem nenhuma intromissão sobre os rumos da instituição. Já a cooperativa é formada por associados, e cada um é “dono” autorizado a participar das decisões de gestão desse grupo.

Na prática, ainda podemos enumerar outros aspectos que marcam a diferença entre cooperativa e banco. Compare-os na tabela a seguir:

As cooperativas de crédito têm outras características específicas do cooperativismo que valem a pena ser consideradas:

Livre admissão – significa que a cooperativa pode admitir associado de qualquer ramo ou profissão. Até 2003, as cooperativas de crédito eram fechadas. Só podiam integrá-las quem pessoas de grupo específico (produtores rurais, médicos, advogados etc.).

As cooperativas financeiras de livre admissão atendem cada vez mais segmentos diferenciados do mercado, dos setores produtivos aos de comércio e de serviços, e pessoas jurídicas de diferentes portes.

Essa mudança aconteceu a partir Resolução 3.106/2003 do Banco Central (posteriormente revogada pela Lei 3.321/2005, que, por sua vez, foi revogada pela Resolução 3.342/2007, a qual modernizou alguns conceitos sobre o tema e manteve as conquistas da norma original).

Ficou mais fácil o acesso a essas associações. Atualmente, as vantagens competitivas do financiamento por meio das cooperativas de crédito são responsáveis pelo crescimento de muitos profissionais e pequenos empresários no Brasil.

Benefícios – além do crédito e taxas de juros mais baixos, os cooperados podem contratar seguro de vida e planos de previdência privada com condições exclusivas — o que significa coberturas adicionais e custos muito mais baixos. Isso é interesse genuíno pelas pessoas.

Agora que você entendeu a diferença de cooperativa para banco, que tal ser um associado do Sicoob Engecred?